Sempre fui contra o consumismo exagerado, tendo poucos vícios que me traem nesse assunto (confesso: não sou perfeita), mas interessada no tema busco estar pesquisando sobre este, considerando diferentes enfoques.
Em um desses momentos de pesquisa percebi que muito se fala sobre o consumismo estando relacionado à bolsas, sapatos, móveis (querendo ou não me parece que tentam relacionar a imagem feminina ao consumismo), objetos, mas nunca à comida!
O setor alimentício, de uma forma quase imperceptível, é influenciado também pelas tendências de consumo. Aquilo que cada um pode comer, o restaurante que pode frequentar, tornam-se status para muitos, sem que isso represente necessariamente qualidade no serviço que é oferecido.
Aqueles que se preocupam com status normalmente não se preocupam com desperdício, se me permitem o exagero, visto que o consumo é o foco e não o prazer em comer.
Nesse mês de outubro presenciei três situações que me chamaram atenção... não farei aqui uma propaganda negativa, mas relatarei o que passei, então tirem suas próprias conclusões à respeito...
Eu e três amigas fomos em um restaurante conhecido de Petrópolis. Chegamos com o restaurante quase vazio, pedi um drink fácil de ser feito, demorou mais de 15 minutos para chegar à mesa e assim foram com os outros pedidos. Batata-frita mais de 20 minutos para chegar... alias até para conseguir que o garçom viesse à mesa era difícil. Nesse local não volto mais! Tomei a decisão depois de chamar o garçom e ele soltar um "Que quê foi?" de cara feia.
Questão de status nesse caso! O único motivo que me levaria a frequentar o local novamente é o nome!
No outro fim de semana, fui visitar um restaurante mais simples: Caneco de Barro! Aqui faço questão de falar o nome! Casa cheia, chegamos em um grupo de seis pessoas e imediatamente ao colocar o pé no local fomos recebidos com um sorriso e acomodados em um mesa próxima ao local onde teria música ao vivo (excelente música aliás). Fizemos o pedido. Não demorou muito e estávamos todos sendo servidos. O restaurante fica bem perto de outros bares no Itamarati. Muitas vezes, essa proximidade faz com que as pessoas pensem no local como um local ruim. Eu mesma tinha esse preconceito, mas quando entrei, me surpreendi com a qualidade do que é oferecido. Bom atendimento, rapidez, local limpo e arejado, decoração aconchegante.
Outra experiência singular foi em um local no Quitandinha... comemos um costela muito boa! A pessoa que nos atendeu também de uma educação tremenda! Mas quando esperava a conta chegar, entra um cão na cozinha e sai de lá com uma costela na boca. Eu, enquanto estudante na área de gastronomia, fiquei preocupada, chamei a menina que nos atendia e relatei o que havia visto. Ela riu e me tranquilizou: " Não tem problema! Eles fazem isso de vez enquanto. Nós colocamos um balde para jogar os restos de comida fora para eles depois, mas às vezes, eles são apressados e entram na cozinha mesmo" . Bom, pelo menos eu tenho quase certeza que não estou consumindo restos de pratos de outros clientes, como foi divulgado recentemente sobre alguns restaurantes de Petrópolis...
Enfim, se formos relatar experiências do tipo, tenho a certeza que sempre teremos algo a reclamar ou elogiar. É difícil, ou melhor, impossível encontrar um local perfeito! Mas alguns se esmeram em errar! Só ficam de pé devido à um nome, devido à clientes que ainda se preocupam com isso! Tradições!