terça-feira, 27 de abril de 2010

Ô cansaço....

Esse cansaço que não arreda do meu pé!!
Também, o que eu poderia querer? Acordo cedo, durmo tarde, ando o dia todo, de mesa em mesa. Esqueço os óculos para ajudar. Mesmo assim, teimo em ler, no ônibus para o trabalho ou de volta para casa. Que mania!!
Estou quase no fim de um livro que ganhei alguns anos atrás em meu aniversário: Passageiros da Ilusão. A primeira vista parecia um daqueles romances "leves", que conseguimos ler em apenas um dia, mas no decorrer da estória, fui percebendo a profundidade dos personagens. Basta dizer que o cenário principal é o estourar da Segunda Guerra Mundial. Não descrevo aqui mais, para não perder a graça. Mas fico eu, louca para terminar de ler o livro e não consigo. Até pego para ler em casa, mas lembro-me da pilha de provas para corrigir. Tento ler no ônibus, quando encontro um lugar.
Taí outra coisa interessante. Ler no ônibus. Eu tenho a péssima mania de ler tudo o que vejo, inclusive o que os outros leem. Sim, eu sei, é feio! Mas há dias em que não resisto em ver alguém muito concentrado na leitura. Eu preciso ver o que atraí tanta a atenção assim!
Estou me tornando compulsiva com isso. Não consigo passar em frente a uma livraria ou sebo e não sair com nenhum livro. Assim, minha pilha de coisas para ler, tem sempre alguma coisa. E eu sempre tento "contaminar" quem está a minha volta com a leitura, mesmo sem querer. Ah! Mas todos poderiam fazer isso!
Não vejo o nosso Brasil como um país de leitores e isso não é bom! A cada ano, as crianças leem menos. O hábito de ler histórias para as crianças antes de dormir então, quase não se vê mais (acredito que ainda exista esses pais, mas não me recordo de nenhum no momento).
Seria ótimo se esse hábito pegasse.... Lembrei de uma fala de uma autora (só não lembrei o nome dela no momento, mas vive em uma propaganda de TV) : LER É BACANA!!
LER É BACANA! Mas o que fazer para que todos percebam?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Reflexões e Arte

Ultimamente estou mais para reflexões do que para artes.
Não tenho feito nadica de nada, toda a empolgação em que eu me encontrava se foi como fumaça. A rotina do trabalho novamente se estabeleceu e eu vejo meus desejos se acumularem, formando um amontoado de coisas incompletas.
No outro fim de semana, me deu a louca, tudo o que era de artesanato, que estava inacabado, acabou indo para o lixo. Se eu for fazer algo de novo, que seja novo!
Outro dia, desmentindo que esqueci das artes, eu e meus alunos fizemos vários desenhos inspirados em Tarsila do Amaral. Sairam coisas muito interessantes. Tento descobrir neles um artista que pode estar adormecido, precisando de inspiração. Tento também me descobrir um pouco, quem sabe?
Hoje, eu ouvia Beethoven, estou ainda teimando com um trecho da 9ª sinfonia... eu, mera mortal... mas tento assim mesmo... arranhar algumas notas no violino, tentando na minha inocência, que fique ao menos parecido. Será um processo longo, mas não irei desistir. Quem sabe daqui uns 5 anos eu consigo. Ficarei feliz, não importa o tempo que leve.
Estou tentando ser realista, a minha fase de artesã já passou. Não tenho mais espaço e nem ânimo, infelizmente. Talvez se eu me aventurasse com coisas novas, mas estou sem coragem no momento.
Atreverei a me desenvolver artes com meus alunos. Está quase no dia das mães e já sei o que fazer! Papel marchê! Cismei que tenho que fazer algo com isso, mesmo que ainda não tenha me decidido o que. Estou pensando em um vaso, como o que fiz e coloquei em umas postagens atrás.
Também tinha pensado em sabão feito em casa, daqueles feitos com óleo usado. Mas não tenho a receita e não sei se seria viável tentar fazer com uma turma numerosa. Ainda penso no assunto... achei bem legal e é uma forma de evitar que o óleo seja despejado no meio ambiente.
Outra coisa que tenho feito: lido demais, falado de menos. Estou me isolando com leituras diversas, tenho lido de tudo um pouco. Mas com isso, não tenho saído de casa e estou um pouco antissocial. Mas a leitura sempre me atraiu.
Acabei de ler Reverência pela vida, de Rubens Alves. Fala da vida de Gandhi. Adorei o livro, mas agora, acabo ficando com a consciência pesada (além do estômago) quando como. Fico com uma sensação de que exagerei.
Comecei a ler Ladrão de Raios com meu irmão. Uma viagem o livro, falando de seres mitológicos. Eu que sempre gostei dessa parte da história, estou me "perdendo". Ontem me peguei lendo, sem ao menos ter levantado para beber uma água ou comer algo (e isso é difícil!). Meu irmão está indo para o mesmo caminho que o meu. Nunca nos interessamos pelos mesmos livros, mas quando este filme saiu no cinema, eu queria vê-lo e ele não quis ir. Acabei não indo ver, ir ao cinema sozinha, ninguém merece!
Bom, ontem saímos para almoçar fora e ele, lógico, parou em frente a uma vitrine de livraria, lendo todos os títulos, quando me chamou correndo (eu estava na loja de livros usados ao lado), pois lá estava o livro! Entramos e eu o comprei. Combinamos de cada um ler uma página em voz alta. Vantagem para os dois, ele desenvolve a leitura e eu também, principalmente a entonação para quando estiver lendo para meus alunos.
Falando em livros usados... eu tenho uma "queda" por livros antigos, aqueles de edição muito antigas, bem cuidados, encadernação velhinha e conservada, livros de páginas amarelas... a aventura de entrar em uma loja e garimpar livros que são raros. Prazer bobo esse, que me consome profundamente, pois amo isso! Assim como ganhar livros de presente. As pessoas não fazem isso... o que é uma pena! Tenho uma amiga que nutre quase a mesma paixão por livros do que eu, nos presenteamos quase sempre assim! Isso é bom demais!!
Preciso de um cômodo maior para abrigar o meu acervo. Fico pensando nele com carinho. Algumas vezes, eu me desfaço daqueles livros que não tem mais sentido, mas há outros, que parecem ser indispensáveis. Aqueles que a gente não se cansa de ler e reler e reler e reler de novo. Coisa louca, mas compreensível para amantes da leitura, ou seja, atualmente, poucoas pessoas entenderiam.
É esse gosto pela leitura que eu queria passar aos meus alunos, mas confesso não gostar de ler em voz alta. Gosto de ler para mim, ao meu ritmo, passar páginas, voltar depois, reler o que já li, voltar nas passagens mais interessantes... e quando se lê para outros, é necessário dar continuidade, não posso fazer esses meus caminhos. Mesmo assim, leio. Enquanto profissional leio, embora gostaria de ler como amante da leitura. Gostaria que eles percebessem meu amor por livros. Apesar, que nesses dias, eu absorta em minha leitura, enquanto eles cumpriam suas tarefas, ouvi uma conversa interessante:
--- A tia está lendo outro livro já?
--- Semana passada ela estava com outro!!
Em outra situação, dois alunos não resistiram, queria ler o livro que eu lia. Pediram-me emprestado. Não gosto de emprestar meus livros, tenho ciúmes deles, escolho para quem emprestar, busco aqueles apaixonados também. Enfim, como criar o amor, se meus alunos não tivessem a oportunidade também? Abri uma exceção e com o coração na mão, emprestei dois livros do meu acervo.
Devolveram do jeito que pegaram, em bom estado e empolgados. Eles realmente leram o livro e começaram a me pedir mais. Adorei isso!! Acabei por escolher um livro bacana para presenteá-los. Tomare que pelos esses tenham esse amor incentivado nos anos posteriores. Acho que tentei fazer a minha parte.
Vou agora me voltar para a leitura novamente. Parei por aqui apenas para escrever poucas palavras, para lembrar-me que o blog ainda está aqui. ainda estou aqui, meio adormecida, mas aqui!